Anti-Nelson Rodrigues (2015 e 2016)

Uma trama de assédio, ameaças, ciúmes e poder

Após  as temporadas de sucesso de critica e publico no CCBB Rio, Teatro Glaucio Gill, Parque das Ruinas e circulação pelo município e Estado do Rio de Janeiro, o raro Clássico da dramaturgia brasileira, a peça “Anti-Nelson Rodrigues”, a 16ª obra escrita pelo Anjo Pornográfico, como o dramaturgo se intitulava, entra em cena com direção de Bruce Gomlevsky e realização da Nova Bossa Produções.

Última peça escrita por Nelson Rodrigues, Anti-Nelson tem, em palavras do próprio autor, um final feliz. Para muitos, o final é na verdade autoirônico. Em diversos momentos do texto, Nelson faz referências a si mesmo (Espera lá! Não é o Salim Simão botafoguense, o personagem de Nelson Rodrigues?[ …] Eu pensava que era assim como o Sobrenatural de Almeida, o Gravatinha, a Grã-Fina das narinas de cadáver… / Olha que, segundo o Nelson Rodrigues, eu sou um extrovertido ululante).

“Nelson é um especialista em relações humanas”, aponta Gomlevsky. “Há uma tendência a levar ao palco um Nelson operístico, expressionista. A ideia é levar essa linha mais realista que tenho seguido nos meus últimos trabalhos. A “heterogeneidade dos papeis torna difícil e rica essa escalação do elenco”, lembra ainda o diretor. “São atores de diversas faixas etárias e backgrounds.

Mas tivemos uma grande sorte e o elenco é excepcional. O resultado é que mostramos com fidelidade esse Anti-Nelson que é extremamente carioca, extremamente brasileiro e profundamente universal”.

A trama, apesar da leveza que a diferencia das grandes tragédias rodrigueanas como Vestido de Noiva, Anjo Negro ou A Falecida, não foge em momento algum da forma e do conteúdo que fizeram de Nelson Rodrigues um dos maiores do teatro brasileiro. Estão lá a carpintaria sofisticadamente simples e fluida, a organicidade da trama, as frases de efeito como fogos de artifício; estão ali os temas mais caros ao dramaturgo – o canalha e sua redenção, o erotismo familiar, os desejos sufocados pela mediocridade da vida.

O rico herdeiro Oswaldinho, rapaz cínico, inescrupuloso e mulherengo, é filho de Tereza e Gastão, e leva a vida na flauta, mimado pela mãe, que é obcecada pelo rapaz, e desprezado pelo pai. A suburbana Joice, firme e decidida, é o centro da vida do pai viúvo – Salim Simão, ele próprio um “personagem de Nelson Rodrigues”. Acostumado a ter tudo o que quer, Oswaldinho tenta comprar Joice, que não abre mão de seus princípios nem se deixa seduzir por poder ou dinheiro.

Histórico de Temporada

Rio de Janeiro - Teatro III - CCBB (Abril e Maio de 2015)
Rio de Janeiro - Teatro Glaucio Gill (Julho a Agosto de 2015)
Rio de Janeiro - Sesc (Outubro e Novembro 2015)
Rio de Janeiro - Circuito Sesi (Abril a Maio 2016)
Rio de Janeiro - Lonas e Arenas (Abril a Maio 2016)
Angra dos Reis - Festival de Angra (05 de Junho 2016)
Rio de Janeiro - Teatro Parque das Ruínas (Junho a Julho 2016)

Ficha Técinica

Texto - Nelson Rodrigues
Direção - Bruce Gomlevsky
Elenco - Tonico Pereira, Bemvindo Sequeira, Joaquim Lopes, Anderson Cunha Juliana Teixeira, Yasmin Gomlevsky, Luiza Maldonado, Rogério Freitas, Carla Cristina e Gustavo Damasceno
Pianista - Francisco Pons
Iluminação - Luiz Paulo Neném
Direção Musical - Mauro Berman
Assistente de Direção - Luiza Maldonado
Cenografia - Patti Faedo
Figurinos - Nívea Faso
Visagismo - Márcio Mello
Programação Visual - Karin Palhano
Fotografia - Páprica Fotografia
Assessoria de Imprensa - Luciana Medeiros e Paula Catunda
Direção de Produção - Juliana Teixeira
Produção Executiva - Verônica Prates e Wagner Uchôa
Realização - Nova Bossa Produções Culturais
Menu