Como unir a vida de bicheiros e comédia?
Só mesmo Dias Gomes, com seu incomparável talento para conseguir esse feito. E, se nós, professores, produtores, e administradores nos propomos a encenar uma peça dele, audaciosamente, temos que, antes de mais nada, saber contar uma boa história criada por ele. Esse é o caso de “O Rei de Ramos”. O que poderia ser mais interessante para a platéia do que a história de um Romeu e Julieta à brasileira? Ainda mais, centrada sobre o jogo do bicho?
Nossa peça começa com os dois grandes rivais do jogo disputando território. Mirandão e Brilhantina. Logo a seguir, o espetáculo segue apresentando as personalidades dos dois, e suas respectivas famílias. Mirandão tem uma filha. Brilhantina tem um filho. Os dois são rivais e inimigos. Mas, para surpresa geral, os filhos se apaixonam. É claro que as famílias, quando descobrem, não concordam. Mas o amor é inexorável. Enquanto os pais se digladiam pelos pontos do jogo de bicho, os filhos fogem em idílio amoroso. Dias Gomes era um gênio. Mais Shakespeareano, impossível. Um Shakespeare brasileiro. E mais. A peça não é uma tragédia! É uma comédia, onde procuramos, toda a nossa equipe, colocar em cena todo o clima escrito pelo Dias. Incluindo-se aí, todos os personagens secundários. Capangas, malandros, a polícia, médicos, etc. E, tudo isso, somado a uma técnica extremamente bem funcional.
É a proposta: Nosso cenário, figurinos, trilha sonora, iluminação e maquiagem devem funcionar bem em qualquer lugar. Temos sempre que ter em mente que o mais importante é a história a ser contada e a interpretação do elenco. O Rei de Ramos: um hilária história de dois inimigos que se unem.
Cyrano Rosalém